Quando a técnica conheceu a família da D. Tânia, os seus três filhos tinham acabado de voltar a viver com ela, depois de três anos de acolhimento residencial. Tinham sido acolhidos depois de uma denúncia efetuada pela própria, por suspeita de negligência do pai em relação aos filhos, motivo ao qual se juntaram afirmações de violência doméstica do Sr. Gonçalo sobre a D. Tânia, bem como de consumos excessivos de haxixe e álcool. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ Separou-se, reorganizou as rotinas e a sua vida para poder ter os filhos consigo. Contudo, tinham passado três anos, e o Manel, filho mais novo, tinha sido acolhido com menos de um ano. Os dois filhos mais velhos estavam felizes por estar em casa, mas, ao mesmo tempo, apresentavam comportamentos de desobediência e revolta e a ligação afetiva estava tremida. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ A D. Tânia foi a primeira a assumir que, também ela, que amava os filhos mais do que tudo, estava a sentir-se insegura no exercício do seu papel parental e que, facilmente, cedia por não querer contrariar os filhos, com medo de estar a ser, aos olhos deles, demasiadamente dura e com medo que eles deixassem de gostar dela. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ Assim, apesar da ser muito reservada e, inicialmente, até um pouco resistente a uma intervenção, da nossa parte, foi preciso apenas disponibilidade e tempo para a D. Tânia se sentir confortável e pedir ajuda e orientação para conseguir voltar a sentir-se segura no papel de mãe, na sua plenitude, sem ter medo de perder o amor dos filhos.